Thursday, October 27, 2011

insone

de uma ponta a outra
de um oito
ciclo sem fim
de um lado a outro
de um mundo
sem mim
em queda livre
querendo ou não
fechar os olhos
chegar ao chão
o indo e vindo
o infinito
o loop do abismo
silêncio no replay
a voz dos ventos
da terra sem lei
a dor do mundo
do poço sem fundo
naquele verde
sem medo de intimidar
naquela dor
sem hora pra parar
e o medo e o tempo
o velho e o mar
a ordem do caos
nos regendo
e todas as vidas
e todas as crenças
e as vontades,
e as oportunidades
perdidas,
foram abertas
todas as feridas
que se amontoaram
sobre o que já não está
olhar para trás
e só encontrar
neblina e incerteza e escuridão
e para frente o nada
em sua imensidão.

se por acaso,
por um momento,
eu olhar para o lado -
me pergunto,
noite após noite,
insone,
se vou encontrar sua mão.

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