Por que eu escrevo?
Pra que diabos eu escrevo mesmo? Pra quê?
Não sei se é um transe de surrar o teclado freneticamente, depois abrir os olhos e encontrar aquelas palavras malditas na tela e sentir um arremedo de alívio, por pelo menos tirar aquilo de dentro, do estômago, da garganta, dos ombros, dos músculos todos se contraindo tanto o tempo todo.
Eu sei lá se isso adianta. Eu já não sei se me realizo ou se só patino na lama e na desgraça e no vazio e no medo e na insegurança e na incerteza e em todas as vírgulas que eu simplesmente não quero mais colocar, por quê de repente as vírgulas me irritam, e a gramática e a ortografia e reforma ortográfica e o mundo todo, absolutamente tudo me irrita.
E eu só quero descansar um pouco, mas eu não consigo. Eu sou incapaz de descansar, de relaxar, de deixar pra lá. Mesmo sabendo que não adianta nada, que o que eu puder fazer, eu simplesmente devo fazer e o quando eu não puder, não vai adiantar me preocupar mesmo, então que diabos?
Eu não me aguento mais. Meu ombro já cansou de digitar isso aqui, mas alguma coisa me faz continuar. Eu já cansei de tudo, tudo, mil vezes. Mil e uma. Duas mil. E eu continuo aqui naquele simulacro de frustração, dia após dia, um dia depois do outro em um milhão de coisas que eu não suporto mais. Eu não me suporto mais.
Eu preciso sair daqui.
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