Mas às vezes é a única coisa que vale a pena fazer.
Acho que sou o tipo que encontra grande dificuldade em se adaptar a uma nova rotina.
É quase doloroso.
A não ser que a mudança seja para uma drástica melhora.
Ou mesmo quando a decisão de mudar foi iniciativa minha.
Dói começar de novo, só a espera de uma nova decepção.
Um novo problema, outro chute na canela.
Quem sabe mais humilhação.
Mas eu desisto.
É preciso desistir.
Me sinto mais forte quando tenho a coragem de acertar um soco na cara daquilo que me faz mal.
Ou de, pelo menos, informar timidamente que apenas não dá mais pra continuar.
De virar as costas, limpar os pés e tentar ver um novo caminho em alguma direção qualquer.
Um sem número de palavrões povoando uma mente tão terrivelmente perdida, que até mesmo teme a hora de se encontrar. O inevitável momento de tropeçar sobre um espelho e encontrar a verdade a olhando de volta, bem dentro dos olhos marejados. Uma verdade cruel, com um sorriso sádico no canto da boca cansada de cuspir ácido em quem quer que ouse encará-la. Com mãos cansadas de atirar seus diamantes, como lâminas, com a velocidade com que atingem rostos desavisados. Um sem número de segundos pensamentos, arrependimentos e um bom tanto de questionamentos. Uma pergunta, apenas uma, só ela terá permissão de subir, iluminar-se, permanecer e chamar a atenção. Como um grito que ilumina o caminho de um cego perdido numa floresta de paralelepípedos, numa metrópole desconhecida, em ruas labirínticas e sem saída. Uma vontade a chutar portas, a cerrar olhos e cruzar braços. Uma vontade louca e incontrolável de fazer absolutamente coisa nenhuma.
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