como num mantra sagrado
que se repete
num silêncio rasgado
torto, desesperado
implorando
por redenção
O mundo desaba, se desfaz, se desfarela.
É possível ver pela janela ou pela tela da televisão.
Sobra o alívio de supôr-se livre de teletelas.
Tão inocente suposição.
As lágrimas rolam rosto abaixo e peito adentro.
Pela dor do outro, pela própria dor.
A tristeza, a raiva, o pesar em único ardor.
Inspirar, expirar
perder a inspiração
temer o dia seguinte
que seguirá a engolir
a réstia de vida
aos poucos a afogar-se
em meio a tanta solução
resta a crença
em sua réstia
amarga presença
que persiste em crer
em que quer que seja
pouco ainda importa
e, do que restou,
tudo se entorta
tanta contratura
tanta, tanta tensão
ah, como a vida é dura!
e dela gozá-la
na mesma proporção
há por onde,
há de ter
uma ou duas
saídas
aqui e ali
onde quer que estejam
mas onde é que estou?
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