Amor?
Não vou dizer que sou a mais bem sucedida do universo. Mas também não vou dizer que o amor é aquilo tudo. Não pra mim.
Quer dizer, já amei, como todo mundo, ué!
Aquela coisa, querer estar o tempo todinho junto com alguém até enlouquecer. Meio sem noção mesmo, eu não nasci necessáriamente pra isso. Mas acho que isso é amar. Querer fazer coisas insuportáveis, o tempo todo com alguém, ficar meio fora de si.
Não é bem assim comigo, uma coisa só, o tempo todo igual. Não sei dizer se não é amor, se é meio amor, ou sou eu que sou meio fora do ar.
Amar eu amo. Intensamente. Mesmo.
Eu sei, por que quando eu tenho um momento, eu sinto com S maiúsculo.
Como se tudo parasse, e de repente uma brisa viesse, bem de leve. Um cheiro bom de algum lugar, como um déja vú. Aquilo que te prende, que não te deixa esquecer, e dá vontade de ficar horas eternas só pensando naquilo. Tentando desvendar cada pedacinho. Como se cada mínimo detalhe tivesse um sentido ou uma explicação enorme, e em como seria bom ouvir cada sílaba dessa explicação. Como quando você sabe que ouviu a melhor música da sua vida nas últimas duas semanas. Ou como quando tudo é tão absurdamente ridículo, que chega a ser bonito, e depois de um dia horrível, dá pra arriscar um sorriso.
Não sei dizer se uma sensação de intensidade, ou toda a poesia envolvida, chegam a ser amor. Amor é mais. Por mais que se diga tudo, todas as coisas mais fantásticas e maiores que os olhos não têm capacidade de ver, e não se dá pra perceber ou imaginar. O amor sempre será mais, mais que tudo. Impossível de dizer, de pensar, medir.
Tão mais que tudo, que às vezes eu páro pra pensar se dá mesmo pra sentir.
Quer dizer, tem como? Está além dos sentidos, todo mundo diz.
De mim, não sei. Requer mais estabilidade pra esse tipo de coisa. Quando eu sinto, gosto, vivo, vai tudo bem. Só que depois vem o meu problema: um segundo.
Por mais que eu esteja adorando todas as sensações proporcionadas pela determinada companhia, vai haver um segundo (isso é na primeira vez), um segundo de, não apenas incerteza, mas muitas vezes de um sentimento totalmente contrário.
Não, você não entendeu.
Eu não tô dizendo que eu vou lá, sorrindo, amando e curtindo e de repente eu odeio o cara.
Não é isso. Acho que vem de dentro, no que se refere ao assimilar o amar.
Eu não me amo, admito. Eu sou repugnante, muitas vezes eu imagino o que as pessoas pensam quando me vêem, e o que faz com que elas venham falar comigo, como se fosse uma coisa normal. Sinceramente, eu odeio tudo sobre mim, absolutamente tudo. É sério.
Quanto ao segundo: o que eu sinto pode ser definido aproximadamente como uma grande interrogação. Me dá uma pontada atravessada, depois que eu consigo ignorar os pequenos pensamentos pessimistas que me vêm o tempo todo, e eu não consigo evitar de me perguntar: "o que diabos essa pessoa viu em mim? o que ela quer? onde isso vai dar?".
Me dá uma vontade de sair correndo, como se a minha vida dependesse de estar a treze kilômetros dali em um minuto e meio.
Acho que isso justifica as minhas expressões confusas repentinas, meus tiques, as pontadas de dor que se apresentam regularmente, e especialmente, uma úlcera péptica.
Quase nada.
Só pra concluir, não vou dizer que sou incapaz de amar.
Claro que eu sou (seja lá o que for amar).
Uma coisa é certa; em 24 horas, vamos estipular uns 24 segundos, nos quais eu fico no mais completo pânico. Mas graças ao sistema repressor do mundo, é uma coisa extremamente controlada, que, ironicamente, não é motivo para pânico.
Calma, querido! Não é você, sou eu.
Agatha L. Portes
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2 comments:
Indagarei a mesma questão que me fez? "Baseado em fatos reais?" e vou me atrever a respondê-la. Acho que tudo o que a gente escreve, apesar de ser um pouco de nós ou tudo de nós, muitas vez capta do outro, dos outros, elementos essenciais pra tentar se entender um fato. Solidão a dois? Sim, amar é um ato solitário, mesmo que o outro te ame, só você sabe como enxerga esse sentimento. Não é algo palpável. É abstrato e imaginável, por isso curtimos ele a sós. E sofremos também.
Bom, sobre o que escreveu, já senti ^^
Olha, Agatha, vc definitivamente não ama o seu companheiro u_u
Numa remota possibilidade, sendo vc uma pessoa mto anormal, vc pode estar apaixonada por ele.
Sobre o que vc escreveu, me identifico em muitas coisa, por exemplo, eu não nasci pra este sentimento "amor", e que não é amor, é paixão, e algumas vezes se tranforma em amor.
Quando a vc, kiara, vc eh uma pessoa q decididamente e necessariamente nasceu para sentir isso XDDDDDD, agora, se vc não nasceu pra isso, eu vou me interna no convento mais próximo 0_0 XDDDDDDDDDDDDD
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