Monday, May 01, 2006

Escolhendo Não Escolher

Depois de profundas divagações sobre o que diabos me mantém aqui, temo ter finalmente contemplado uma conclusão.
Aí estão alguns pontos a serem considerados:

1- Nada a perder.
Isso mesmo que você leu: absolutamente nada a perder. Mesmo a vida é tão absurdamente passageira para que se deva levá-la em consideração e chegar a babaquice de se preocupar com sua insípida ocorrência.
Não há família, não há amigos, não há bens ou sentimentos que se possa considerar algo a perder, e se pode, considere perdido.

2- Ausência de expectativas.
Lógicamente, tudo que se sabe, é que vem uma avalanche de merda das montanhas.
Mas por alguma razão misteriosa, ainda reside um fio diminuto de esperança de que, apesar do cheiro terrível, seja outra substância e não merda. Ou que talvez surja um dique, um helicóptero baixando uma escada, asas brotem das costas, uma águia salvadora ou qualquer porcaria do gênero que impeça a avalanche de merda de me soterrar em uma fétida e extremamente nojenta e agonizante morte. Bem, esse fio diminuto de esperança chama-se burrice. Nada vai impedir o final desastroso. Não adianta ficar vivo pra ver e morrer na espera de "alguma coisa" que nunca virá, por que só coisas ruins virão, e se coisas boas vierem, não será nada que valha a pena. Simples assim. E não é pessimismo.
Se encontrar livre de expectativas e esperanças é uma dádiva. O poder de dizer "eu já sabia" quando toda aquela merda que ia vir inevitávelmente, sem ter passado pela incrível burrice de esperar que alguma força mística salvadora desse um jeito nisso, é menos maçante. E mesmo com a drástica metáfora, serve para qualquer situação.

3- Aquele sentimento..
Admito, é um mau momento. É a porra de um momento ruim, e o filho de uma puta é espaçoso. Colocou os pés em cima da mesa, acabou com a cerveja e deu um singelo arroto em homenagem a sua estadia. É, ele está aí pra ficar, e aponta seu comprido e sujo dedo para rir da minha cara.
E novamente, um sentimento desconhecido me habita. Talvez eu goste muito de tudo isso. Talvez eu queira todas aquelas coisas que me ensinaram a não querer. É bem possível que inconscientemente eu esteja rindo junto com o momento ruim,e que ele seja na verdade meu cume de satisfação. Que eu espere o dia chegar ao fim para me lamentar, reclamar e me considerar uma infeliz desgraçada, e que esse momento de lamúria seja minha fonte de alegria. Meu porto seguro e a única coisa que me mantem viva. E isso é uma merda, por que se eu morrer (ainda mais se for por minhas próprias mãos), terei muito mais disso em quantia muito mais significante.


E agora?
Bem, você deve imaginar..

3 comments:

Anonymous said...

Eu sei que muitos ditados populares são inadequados,mas quando alguém disse que a Esperança é a última que morre,não tava mentindo. Pra que haja futuro tem que ter perseverança ,só dessa forma. Existem Amigos,Família e isos tudo ,a Questão é como vc encara isso e na boa eu te garanto com completa certeza que o Futuro tá Lá Só esperando vc chegar nele =D

Anonymous said...

simplismente isso é tudo o que queria ouvir de uma pessoa, nossa mto perfeito perfeito mesmo bjão Kiara tu é mto mas mto foda =**

Eduardo said...

Todo dia me levantar e saber que viver é a distração que te envolve até a morte me deprime, mas ler isso ainda em um texto de blog me faz imaginar que eu não estou me deprimindo sozinho =D
Obrigado por mostrar a verdade aos poucos que ainda não viram isso, Kee xD
Amo tu, mana =**