A Última Primavera da Inocência de Estelle Bernard.

Nenhum desenho entusiasmado em uma camiseta qualquer com combinações cromáticas inovadoras.
Nenhuma estampa lhe descia.
Nenhum estilo lhe cabia.
Envelheceu antes da juventude.
Aquele sabor amargo de viver sem sentido, do qual a boca se encontra cheia na crise da meia idade. De ter alcançado objetivos que foram traçados ao acaso, de só ter corrido de um ponto a outro, como um rato que procura comida sem estar com fome. De nunca ter tido um objetivo.
A rejeição por uma beleza que obviamente não existe. A falta da razão de ser.
O mundo não é nada promissor para quem não tem nada.
Não tem vontades, não tem esperanças.
Pra quem encontra em sua própria cabeça uma desmotivação para tudo.
Uma ausência de vivacidade. Uma ausência de futilidade.Uma ausência daquilo que torna humano.
Estelle Leonor Bernard era assim.
Ausente de si.