Mais um espírito atrasado. Eu sou.
Me perdendo no deserto do materialismo.
Valorizando o que é passageiro, que não tem valor nenhum.
Destruindo meu corpo.
Perdendo as oportunidades dessa encarnação.
Eu não sou nada. Nem alguém que você não vá encontrar na próxima esquina.
Não se pode encaixar ninguém em estereótipos, em rótulos.
Eu não me encaixo em nenhum. Não quero.
Sou só um ser humano qualquer.
Reprimido e assustado, como todos os outros.
Que se deixou agradar por uma coisa ou outra.
E se deixou levar por suas fraquezas.
Que sofre nas mãos da própria consciência.
Fácil julgar, mas sou tão comum, que não faz sentido. Não tem graça.
Meus erros não são singulares. Meus defeitos não são ímpares.
Meus sorrisos, meus desejos, meus ataques.
Minha natureza segue a mais perfeita ordem.
A vontade que eu tenho de me esconder, de me fechar.
A vergonha. O medo. Minhas tristezas. Saudades.
As vezes eu só queria desaparecer.
Que os olhares voltados pra mim se desviassem para o chão, assim como o meu próprio que não consegue fitar olhos alheios por muito tempo.
Meus fracassos.
Minhas frustrações.
Minhas cicatrizes.
Nada que não esteja perecendo na próxima quadra.
Somos todos iguais por natureza.
Querendo se sobressair, uns sobre os outros.
Enfatizando as próprias dores. Se sentindo particulares, únicos. Incompreendidos.
Mas todos iguais.
Os mesmos desejos, idênticos.
O mesmo medo de errar.
E o mesmo remorso, por permanecer no mesmo erro por tanto tempo.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment