Eu te odeio um pouco, sim. E não do jeito meigo-brega daquele filme adolescente da menina que faz um poeminha sobre as dez coisas que ela odeia nele e em como ela não consegue realmente odiá-lo, nem por um segundo, bla bla blá.
Não.
Eu realmente te odeio. Um pouco, mas odeio.
Talvez eu me odeie também, pois olha só, eu continuei ao seu redor. Mas de qualquer maneira, eu certamente me odeio mais do que odeio a você, só por me fazer estar com alguém que eu odeio.
Considerando alguns pontos, eu poderia te amar. Tranquilamente. Como se não houvesse amanhã! Mas aí é que está, há amanhã e acho que nunca serei capaz de amar sem odiar.
Talvez pelo velho gosto azedo que só deixa o doce mais doce, vai saber? Não sei se isso é imprescindível para o verdadeiro amor, um pouco de ódio e caos. Se for, talvez faça sentido. Doce demais enjoa. Aquela viadagem sem fim, aquilo realmente fica irritante. Apelidinhos gays, aquela encheção de saco, ciúmes, cobrança. A pessoa perfeita seria infinitamente irritante e digna de uma necessidade de proteção acima da capacidade de um ser humano.
E é por isso que eu gosto dos seus defeitos, que me irritam, me provocam. Me tiram do sério, me deixam louca. É por que eles me dão forças pra te ignorar, pra te odiar, pra me convencer de que você é um mal desnecessário e que estarei no lucro caso me livre de você. Mas eu te odeio por que esses defeitos não são o suficiente.
Por mais que tudo isso me irrite, eu continuo pensando no quanto isso tudo é terrivelmente gostoso. E em como eu não posso me entregar, mas aqui estou eu, com as mãos pra cima, pronta pra me render. Mesmo que eu nunca confesse isso, de certa forma eu deixo transparecer. É horrível.
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1 comment:
Temos subidas inesperadas no carrossel sentimental?
Ou é tudo parte das mil personalidades internas?
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