Ela brincava, ignorando as horas e a rotina. O mundo girava, mas não havia problema algum. Não havia nada melhor para evitar a complexidade das grandes coisas simples do que ser simplesmente complicado, minucioso. Os pequenos detalhes de sua vida. Cada número, cor, símbolo e palavra; tudo mantinha sua mente ocupada. Sua cabeça longe das grandes e assustadoras questões. Formatos, figuras, desenhos, bonecos, quadrinhos e livros tentavam completar aquele vazio. Tinha referências a filmes, músicas. A cultura era algo maravilhoso, para quem sabia usar. Queria engolir todas aquelas suas verdades forjadas. Aqueles títulos, aqueles sonhos, mundos, fantasia. Ela queria enganar-se. Com um propósito.
Queria sua infância, sua inocência. Sua pura impureza, sua arte de não estar vivendo. Queria continuar amando a vida, como a conhecia. Não queria ver a cara da verdade. Negava a possibilidade de evolução. Sabia que era capaz, de alguma forma. Mas era realmente capaz? Teria a real capacidade de abandonar aquele seu castelo de cartas, sob aquelas palavras, aquelas histórias, aqueles rostos cheios de vida, emoção e conhecimento? Seria capaz de abandonar aquela sua fortaleza? Lá encontrava a glória, a futilidade e uma fonte que jorrava uma informação que deliciava seus sentidos, lhe dava alguma força para suportar adversidades. Não queria evoluir. Descobrir um dia que era tudo uma ilusão, loucura. Que era tudo inútil. Não queria saber que era tudo supérfluo. Queria sentir naquele momento tudo a que tinha direito naquele seu estágio tão primitivo. Queria sentir-se viva, real, consistente. Parte de alguma coisa. E agarrava-se a essas matérias, enquanto podia.
1 comment:
huuum... =/ nussa!, num sei se entendi, mas... a vidah é sim mesmo, parece tão simples viver, mas é tão complicada! Algumas pessoas demoram a mudar, a evoluir((nossa isso me lembrou Pokémon xD)), talvez por que queriam que o mundo num girasse assim tão de pressa, que o tempo não passase...
bom faze oque? é a vidah! vóôv
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