trecho de A Última Primavera da Inocência de Estelle Bernard, em recesso desde maio.
Sunday, June 25, 2006
A Margem de Possibilidade
Delimitada pela sanidade, há uma margem de possibilidade, na qual você coloca todas as coisas que julga possíveis de acontecer. Quanto mais a sanidade é intimidada e violentada, mais a margem cresce, e com ela o leque de acontecimentos prováveis e possíveis.Até chegar em um ponto em que ela se rompe, e nada mais é impossível de acontecer, dentro da mente debilitada na qual tudo isso ocorreu.Há uma teoria que diz que toda mente humana já excedeu o limite de tamanho da margem, que há muito tempo já explodiu. Esta teoria considera o próprio mundo absurdo o bastante, e se apóia em provas de que a margem inexiste em certas pessoas, com provas como as teorias criacionistas e as pessoas que acreditam nelas, ou ainda, o percentual elevado de pessoas que colocam sapatos em animais de estimação e compram livros de magia.Obviamente, a margem da pessoa que criou esta teoria ainda não havia excedido seu tamanho saudável durante a formulação da teoria, sendo que ela salientou que as pessoas deslocadas e que se sentiam sem um lugar neste mundo, entre outros sintomas, seriam aquelas cujas margens ainda não haviam explodido.E logicamente, ao concluir esta tese, a margem de possibilidade deste teólogo explodiu, tendo ele entrado para um grupo de dançarinos de axé e se mudado para ilhas exóticas com objetivos claros na vida: beber, dançar e se preocupar unicamente com a saúde de suas nádegas.
trecho de A Última Primavera da Inocência de Estelle Bernard, em recesso desde maio.
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4 comments:
Só tenho um pensamento a respeito disso: somos todos humanos e não devemos esperar menos que o mais improvável de nós mesmos.
=* mana
Huahauhauahuahauha, eu sabia que já tinha lido isso em algum lugar, tinha certeza, até chegar no fim e deduzir o que estava escrito :D
Mto engraçado isso, e bem real.
Mas não faz mal a ninguém uma margem mais larga que o normal e com senso do ridículo XD
que lindo isso..preciso procurar ler isso logo.
Ah, se soubéssemos onde se encontram tais limites...
Na impossibilidade de delimitar a certamente tênue linha que separa a sanidade daquilo que não pode ser considerado como pensamento são (ou racional), os critérios passam a ser o senso comum e o pensamento médio, vale dizer: o que em geral é convencionado pela sociedade. O problema é que as convenções da "sociedade" variam consoante fatores como tempo e espaço. O que chocava nos anos 60 (mulher de fio-dental na praia) não choca hoje. O que ainda choca hoje no Irã (mulher sem o véu) nunca chocou na Argentina.
Isso torna o pretendente à sanidade escravo da opinião pública, das leis, dos regramentos que reprimem sua individualidade.
Não tenho tempo agora para aprofundar essa reflexão.
Gostei da teoria, mocinha.
César Caldas
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