"Extrapolando Limites Humanos"

Iniciando a nova seção, "Extrapolando Limites Humanos", uma série que explanará com todo o bom humor e ironia que restarem, sobre dias especialmente agradáveis.

Seção de Hoje:
Sexta-feira, 7:56 AM , aula de "Estudos Regionais"
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Este indivíduo que vos fala, esperava pela chegada da infeliz que foi encarregada de ensinar essa matéria inútil e idiota que foi nomeada como "estudos regionais". Resumidamente, se trata de uma perda de tempo que não faz mais que testar minha paciência e minha (in)capacidade de acordar cedo sem objetivo algum. Ontem assim como em todas as outras sextas-feiras, a infeliz da voz irritante que "ensina" essa porcaria se atrasou bastante.
Até o dado momento, tudo bem, pois o máximo que ela faz durantes os quarenta e cinco minutos que ousam em chamar de aula (ou menos de trinta, considerando os atrasos) é ficar tagarelando sobre algum panfleto idiota e pedir trabalhos igualmente idiotas, sobre assuntos idiotas que não se encontra em lugar algum. Depois de ela falar sozinha enquanto as vozes felizes dos alunos que conversavam alto o bastante para que a voz dela fosse abafada e ignorada, mandou fazer um trabalho em grupo sobre alguma bobagem, e eu aproveitei pra continuar lendo meu livro.
Quando comecei a ler Preciosidade, do Laços de Família da Clarice Lispector, aquilo começou. Primeiro foi uma batida na mesa, assim com força, mas sozinha não teria como incomodar. Mas ela não estava sozinha! Foi seguida de mais quatro, que formulavam uma ameaça de ritmo, tão descompassado quanto irritante. E quando eu pensei que essa maldita batucada fosse o bastante pra me tirar do sério, uma voz que traduz o terrível foi acompanhar as batucadas em algo que não se pode chamar de "cantar". E ele ria com aquela cara de rato, aqueles dentes gigantescos de rato , o narigão que mais parece um focinho e as orelhas de rato, se aquilo não é um rato, nem os próprios ratos o são.
As letras do livro se transformavam na letra daquela musiquinha nojenta, e parecia que ele estava batucando na minha cabeça. Ele ainda inventou de bater palmas, berrar e dar gritinhos estridentes e fazer todo tipo de barulho possível.
Ahhh se eu tivesse uma arma :D ....