Eu gostava de olhar bem dentro de seus olhos e tentar adivinhar o que estava pensando. Uma sensação de vazio. Ou não estava pensando nada ou eu não tinha poderes parapsíquicos.
Fiquei com a segunda opção.
Ela desviava o olhar as vezes. Sei lá, acho que eu dava medo nela. Ou ela sentia que eu estava tentando desvendá-la. Aqueles cabelos, caindo sobre o rosto. Esses cabelos de selva, um esconderijo. Eles a protegiam do meu olhar curioso.
Eu ficava divagando sobre ela e esquecia de viver e pensar.
Ela sempre estava pensando em tudo. Tantas coisas. Até na lógica. E eu achava que lógica nem existia.
Eu achava que viver era assim. Um nada.
Ela não. Ela queria correr atrás de alguma coisa que ela gostava de chamar de viver. E eu nunca entendi isso.
Uma vez ela tentou me explicar. Começou a falar, falava com emoção.
Exprimia todos os seus sentimentos e frustrações nas palavras.
Seus lábios bem contornados subiam e desciam. Suas palavras saíam, desfilavam pelo ar ao meu redor, tão melódicas. Uma música da qual eu não conseguia distinguir a letra. Seus sons me embalavam, me ninando e me levando.
Meus pés quiseram acompanhar seus tons. Minhas pernas rodeavam.
Meus braços esquilibravam meu balanço em poses ridículas que faziam-na dar risinhos de criança.
Eu estendia-lhe a mão:
-Me concede o prazer desta dança?
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3 comments:
Eu vou ser bem sincero...
Não entendi nada =O
De quem vc tah falando? Oo
gostei...
queria saber escrever coisas como essa...
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